Grupo Amantes Da Madrugada

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sexta-feira, 14 de março de 2014

Para construir, caminhões

A produção de caminhões prossegue em ritmo acelerado neste início de 2014, demonstrou a Pesquisa Mensal da Indústria – Produção Física (PIM-PF), divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). E a análise dos fabricantes é que ela está longe do esgotamento. A produção cresceu 8,7% em janeiro, comparada a igual mês do ano passado, mesmo após um avanço vertiginoso de 43% em 2013, segundo dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (ANFAVEA).
O crescimento acontece em meio a uma indústria que, na média, caiu 2,4% comparando os meses de janeiro de 2013 e 2014, e a queda do setor automotivo – que em 2013 ajudou a segurar a economia – de 18,2%. Em janeiro, pesou contra o setor automotivo o fim do programa de desonerações tributárias e da política de facilitação de crédito aos consumidores. Esse é um dos motivos, segundo o IBGE, que explicam a queda de 5,4% na produção de bens de consumo duráveis em janeiro, comparado a igual mês do ano anterior.
Já os caminhões continuam a ser lançados aos montes nas estradas brasileiras. São 2,5 milhões ao todo. Um grande volume foi produzido para atender às regras de consumo de um combustível menos poluente, válidas desde o ano passado, e também para transportar a safra agrícola recorde de 2013. Para o presidente da ANFAVEA, Luiz Moan, o setor ainda tem espaço suficiente para continuar crescendo ao longo de 2014. Em sua opinião, se em 2013 o agronegócio foi o responsável pela maior demanda, neste ano será a vez do setor de construção.
“As licitações que ocorreram em 2013 darão um novo fôlego ao setor de infraestrutura do país, que vai demandar esses veículos para iniciar as obras licitadas”, afirma. Ainda assim, diz ele, o agronegócio manterá uma parcela de participação expressiva na compra de veículos pesados.
Para o economista-chefe da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), Carlos Thadeu de Freitas “a demanda de caminhões só vai se esgotar quando o mercado de trabalho estiver esgotado, porque a população demanda comércio, que utiliza os caminhões no transporte de mercadorias”.
O incentivo à produção de caminhões ocorre, particularmente, por iniciativa de alguns estados. É o caso de São Paulo, que adotou um programa de renovação de frota de caminhões com mais de 30 anos. A agência de fomento Desenvolve SP oferece financiamento para caminhoneiros autônomos que prestam serviço no Porto de Santos, o Renova SP. Entre os benefícios está o crédito com juro erro. Desde março de 2013, foram entregues 42 caminhões, somando R$ 10 milhões no valor total de crédito concedido e outros dez pedidos de financiamento estão em fase final de análise.
Apesar do crescimento da produção de caminhões bem acima da média da indústria nacional, ainda há problemas de logística rodoviária a serem resolvidos, diz Moan, presidente da Anfavea. Ele afirma que, para melhorar o trânsito, o ideal seria construir centros de recepção de cargas próximos ao Rodoanel, em São Paulo, e do Arco Rodoviário, no Rio de Janeiro, para que o transporte de carga em grandes caminhões fosse feito apenas por via rodoviária.
“Ao chegar nesses centros, as cargas seriam transportadas por veículo urbano de carga (VUC), que são bem menores do que os caminhões”, explica Moan.
Ele ressalta que o Ceasa, em São Paulo, foi pensado dessa forma. “O problema é que nas grandes cidades, as marginais já fazem parte do centro expandido, o que acaba dificultando essa logística. Daí a necessidade de se construir esses centros no entorno das cidades”.

Fonte: Brasil Econômico

quinta-feira, 13 de março de 2014

Outras 100 Frases de Caminhoneiro

1. 0 à 100 km/h em 15 minutos.
2. 20 Buscar 100 demora 60 aqui e vamos embora.
3. 3 eixos envenenados e 1 machão invocado.
4. 6 pneus cheios e 1 coração vazio.
5. 70 me passar, passe 100 atrapalhar.
6. Quem fala o que quer, escuta o que não quer.
7. Quem fala de mim tem inveja ou paixão.
8. A cada curva que faço aumenta minha saudade.
9. A cal é virgem porque só lida com brocha.
10. A calunia é como carvão: quando não queima, suja.
11. Adão que foi feliz de não ter sogra e morar no paraíso.
12. Quem dá aos pobres empresta a Deus e quem empresta ao Governo dá adeus.
13. Adoro as rosas, mas prefiro as trepadeiras...
14. Quem cedo madruga, fica com sono o dia inteiro.
15. A fé remove montanhas, mas eu prefiro dinamite.
16. A fome é o melhor tempero.
17. A fortuna faz amigos. A desgraça prova se eles existem de fato.
18. Preguiça é o habito de descansar antes de estar cansado.
19. Agora vou votar nas putas ... cansei de votar nos filhos delas.
20. A humildade é a base da felicidade.
21. Alegria de poste é estar em mato sem cachorro.
22. A luz dos teus olhos ilumina o meu caminho.
23. A mãe me chama de cachorro, a filha dela me chama de gato.
24. A mata é virgem porque o vento é fresco.
25. A medicina não cura a dor da separação.
26. Pobre parado é suspeito, correndo é ladrão!
27. A melhor vacina contra a AIDS é a comida caseira.
28. A Mulher que se vende vale menos do que recebe!
29. Amigos vêm e se vão, inimigos se acumulam.
30. Amo a vida porque na vida alguém me ama.
31. Amor é igual a fumaça: sufoca, mas passa.
32. Amor sem beijo é como macarrão sem queijo.
33. A mulher foi feita da costela...imagine se fosse do filé.
34. Prefiro chegar tarde em casa, do que cedo no cemitério.
35. Prefiro ser um bêbado conhecido do que um alcoólatra anônimo.
36. Antes dava um boi para não entrar numa briga, hoje brigo por um bife!
37. Antes eu sonhava, agora eu nem durmo.
38. Aonde vamos parar? Até Papai-Noel anda saindo com veados.
39. O mal da vida é ser a pessoa certa na hora errada.
40. A pior das sextas-feiras ainda é melhor do que a melhor das segundas-feiras.
41. O mundo abre as portas para aqueles que sabem onde querem ir.
42. Aqui é como o World Trade Center, só entra avião!!!
43. O futuro depende dos seus sonhos! Por isto não perca tempo, vá para casa dormir.
44. A semelhança entre o entregador de pizza e o ginecologista, é que os dois sentem o cheiro, mas não podem comer!
45. O chifre é como consórcio, quando você menos espera, é contemplado.
46. As mulheres perdidas são as mais procuradas.
47. O amor é livre; o sexo é pago.
48. A única mulher que andou na linha, o trem pegou.
49. Nunca desista de seu sonho!...você sempre vai encontrá-lo em alguma padaria!
50. A vida é como um dado: tem pontos marcados.
51. Nem todos os homens são idiotas, alguns são solteiros.
52. A vida é um barato, o povo é que acha caro!
53. Não vou bem como quero nem mal como pensam.
54. Bebo para esquecer, só não lembro do que!
55. Nasci careca, pelado e sem dente. O que vier é lucro!
56. Na subida, paciência; na descida, dá licença.
57. Beijo é igual cigarro: vicia, mas não sustenta.
58. Não sou Silvio Santos, mas vivo do Baú!
59. Não sou detetive mas só ando na pista.
60. Buraco e pedágio só dão prejuízo.
61. Não sou notícia ruim mas ando muito e depressa.
62. Não me inveje, trabalhe.
63. Caminhoneiro que tem mulher feia, viaja sempre tranquilo.
64. Não me siga, posso estar perdido.
65. Carrego o progresso e levo humilhação.
66. Casamento não é bom e isto é fato verdadeiro, pois o diabo não se casou e Jesus morreu solteiro.
67. Os últimos serão os primeiros e os do meio, sempre serão os do meio.
68. O trabalho foi inventado por quem não tinha o que fazer!
69. Chifre é como dentadura: No começo, incomoda...mas depois a gente se acostuma!
70. Não passe tempo demais pensando em sua vida. Você não deve perder tempo com bobagens!
71. Não perca o bom humor, pois quem achar não devolverá.
72. Não se esqueça, Jesus te ama...mas eu não!
73. Chifre é igual dente, só dói enquanto tá nascendo.
74. Chifre não existe ... isto é coisa que puseram na sua cabeça.
75. Não bebo água, os peixes transam nela.
76. Como é difícil se livrar de uma mulher fácil!
77. Não leve a vida tão a sério : Você não vai sair vivo dela, mesmo!
78. Não mando a minha sogra para o inferno porque tenho pena do diabo.
79. Mulher feia vale por duas porque o marido sempre tem outra.
80. Mulher gata, gostosa, gente fina e fiel é igual a nota de R$ 30,00. Eu nunca vi...!!!
81. Cuide bem do seu filho, antes que um traficante o adote.
82. De nada adianta ter uma barriga de tanquinho se a torneira for pequena.
83. Destruidor de distâncias, devorador da saudade!
84. Deus abençoe as mulheres bonitas, e as feias se sobrar tempo.
85. Deus ajuda, a quem cedo madruga.
86. Deus criou o carro para o rico andar e o Diabo criou o caminhão para o pobre trabalhar.
87. Deus pôde fazer o mundo em 6 dias porque não tinha ninguém perguntando quando ia ficar pronto.
88. Dinheiro de pobre parece sabão; quando pega, escorrega da mão.
89. Não falo com a minha esposa há mais de um ano! Não quero interrompê-la...
90. Dinheiro não traz felicidade ... então me dê o seu e seja feliz.
91. Dinheiro não traz felicidade ... manda buscar.
92. Dirigido por mim, guiado por Deus.
93. Dirijo com cuidado para não deixar chorando quem me espera sorrindo.
94. Não falo com a minha esposa há mais de um ano! Não quero interrompê-la...
95. É fazendo muita merda que se aduba a vida!
96. Em casa minha mulher é o governo; minha sogra, o ministro da defesa e eu o ministro da despesa!
97. Escola enriquece, veja o dono dela.
98. Este veículo é rastreado por Deus.
99. Feliz foi Adão, que não teve sogra nem caminhão.
100. Filho de rico é Playboy, de pobre é office-boy.

segunda-feira, 10 de março de 2014

Nova série do JR mostra perigos, desafios e alegrias da rotina dos caminhoneiros




http://rederecord.r7.com/video/nova-serie-do-jr-mostra-perigos-desafios-e-alegrias-da-rotina-dos-caminhoneiros-531ba6580cf2df41d9791e5f/

F-Truck: Piquet e Cirino partem para o 12º ano como companheiros de equipe

Geraldo Piquet, representante de Brasília (DF), e Wellington Cirino, de Francisco Beltrão (PR), vão formar pelo 12º ano consecutivo a dupla da ABF Santos Desenvolvimento na Fórmula Truck. Esta é a formação mais duradoura entre todas as equipes que terão seus caminhões na pista de Caruaru (PE), no Autódromo Internacional Ayrton Senna, no dia 16 de março, para a primeira etapa dos campeonatos Brasileiro e Sul-Americano de 2014.
Cirino começou a competir na F-Truck em 1997, com um dos caminhões da ABF/Volvo. Em 2001, seu primeiro ano como titular da ABF/Mercedes-Benz (rebatizada em 2013 por conta da parceria com o Santos Futebol Clube), conquistou o primeiro de seus quatro títulos – os outros viriam em 2003, 2005 e 2008. Ele é recordista de pole-positions, com 28, e segundo maior vitorioso da história, com 23 primeiros lugares, quatro menos que Renato Martins.
Piquet defende a equipe desde que estreou na Fórmula Truck, em 2003. Foi duas vezes vice-campeão brasileiro, em 2008 e 2011. Participou de 97 corridas e subiu 35 vezes ao pódio, em 10 delas como vencedor, histórico que o mantém ao lado dos campeões Beto Monteiro e Leandro Totti em oitavo lugar no ranking de primeiros lugares da categoria. O brasiliense largou quatro vezes da pole-position, sendo o 11º colocado nesse quesito.
“Em começo de temporada a gente sempre leva uma expectativa muito positiva. Neste ano, como todas as outras equipes, estamos começando tudo do zero”, manifesta Piquet, em alusão às alterações no regulamento técnico da Fórmula Truck, centralizadas no fim do uso do catalisador. “Isso deve favorecer todo mundo, porque deveremos ver um número menor de quebras. As equipes vão conseguir exigir menos do equipamento”, ele pondera.
A ABF Santos Desenvolvimento não fez testes de pré-temporada. “Nós focamos todo o trabalho desse começo de ano na oficina. Nossos caminhões passaram por modificações na parte de entre-eixos e de suspensão, a ideia é melhorar a estabilidade e a tração”, informa Piquet, que esteve três vezes no pódio da etapa de Caruaru – foi segundo em 2008, terceiro em 2010 e quarto em 2012. “Lá, quando não há problemas, nosso resultado é sempre bom”, diz.

Lei do Descanso para caminhoneiros está a um passo de ser implantada

De um lado, mais segurança e qualidade de vida para o trabalhador. Do outro, o temor da perda de lucro das transportadoras e inviabilidade do escoamento da produção. O conflito de interesses da Lei do Descanso – como ficou conhecida a norma que determina o controle obrigatório de jornada para o motorista de transporte de carga – volta à tona nos próximos dias.
Nesta semana, será publicada a sentença de uma ação movida pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) para cassar a resolução do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), que suspende a fiscalização pela polícia.
O recuo do Contran levou a lei – em vigor desde o ano passado, estabelecendo repouso de 30 minutos a cada quatro horas de direção – a nunca sair do papel. O governo federal adiou o início das autuações após forte pressão de representantes das transportadoras e de caminhoneiros autônomos.
Divergências
As divergências sobre a aplicação da Lei do Descanso não se restringem a órgãos públicos e empresas. Motoristas profissionais também se dividem ao comentar a aplicação da medida.
Deitado na cabine de uma carreta em meio a roupas penduradas, toalhas e até um ventilador, o caminhoneiro Antônio Valdir Storti, de 51 anos, reclama das condições dos pontos de parada. “A lei é ótima, mas não há locais adequados para simplesmente interrompermos o nosso trabalho e descansar”, critica.
Já a preocupação de Gerson Pinheiro, de 45 anos, sendo 26 deles dedicados à profissão de caminhoneiro, é a falta de segurança. “Aqui, somos alvos fáceis de bandidos. Não há como cumprir a lei nessas condições. Sorte nossa que não nos começaram a multar”, disse o transportador, enquanto descansava em uma rede improvisada entre dois caminhões.
A procuradora do MPT em Minas Adriana Souza lembra que, apesar da falta de autuações pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), a lei já está em vigor e as empresas podem sofrer sanções. “Quem não exige de seus funcionários o cumprimento da norma cria um passivo trabalhista”, garante.
Há alternativas
Para a procuradora, a lei oferece alternativas. “Se não tem lugar de parada e está próximo do horário de descanso do motorista, ele pode rodar por mais duas horas até encontrar. A polícia não vai multá-lo por isso”, informa Adriana Souza, que sabe da necessidade de melhorias na infraestrutura dos espaços para intervalo.
“Existem pontos para parar? Sim. Adequados? Não. Para que se cumpra a lei, é preciso dar condições para o motorista trabalhar. Quem tem que oferecer isso são as embarcadoras e transportadoras”, diz.
O órgão representante de empresários do ramo rodoviário reconhece que ainda há recusa por algumas empresas, mas garante apoiar a medida. Segundo o diretor executivo da Confederação Nacional do Transporte (CNT), Bruno Batista, o principal desafio é vencer a desinformação.
“Percebemos uma rede informal entre motoristas e empresas sobre o que deve ser feito e como ser feito. Mas, de fato, toda mudança e ruptura de um modelo antigo gera problemas iniciais, que serão sanados”.
Norma busca reduzir média de 27 acidentes/dia
Implementada para oferecer mais segurança aos caminhoneiros, a nova lei que estabelece regras para a jornada excessiva terá muito trabalho pela frente. Na ponta do lápis, pelo menos um acidente envolvendo veículos de carga ocorre a cada hora em Minas. A média é de 27 ocorrências por dia.
Entre janeiro e março deste ano, 2.430 acidentes foram registrados nas rodovias federais sob jurisdição da União no Estado, informou a PRF. O número, apesar de alarmante, é menor se comparado ao mesmo período de 2011, quando foram registrados 2.537 acidentes deste tipo.
Conforme a PRF, os acidentes envolvendo caminhões representam 40% do total de ocorrências. “O transporte de carga se dá praticamente somente por via rodoviária. Ou seja, com certeza isso contribui”, analisa o inspetor da PRF, em Minas, Adilson Souza.
Os dados mais recentes do Ministério da Previdência Social, relativos a 2011, reforçam o peso do transporte de cargas nas ocorrências de trânsito. O setor ocupa o primeiro lugar nas mortes em acidentes de trabalho. Minas foi o Estado onde mais pessoas perderam a vida, com 69 óbitos, na época. No país, houve 335 mortes.


Motoristas se arriscam na travessia de trecho alagado da BR-364, em RO

Há três semanas, ao menos 14 empresas de guinchos disputam a travessia em quatro dos cinco pontos alagados da BR-364 em 230 quilômetros entre Porto Velho e o distrito de Abunã, sentido Acre, em decorrência da cheia histórica do Rio Madeira. O preço do serviço pode chegar a R$ 200 por trecho. Caminhões de carga que seguem para o Acre se arriscam na travessia de lâminas de água que chegam a 80 centímetros acima do asfalto.
Há correria entre os guincheiros (profissionais treinados para o transporte de veículos acidentados) em Jacy-Paraná, distante 100 quilômetros da capital, no primeiro trecho, de 1,5 mil metros de inundação com lâmina de água de 60 centímetros sobre o asfalto. “Nós não sabemos se eles têm licença específica para isso. É impossível fazer o controle de todos. Nossa missão aqui é garantir a ordem”, disse o agente De Godoy, da Polícia Rodoviária Federal.  Microônibus da PM de Rondônia são guinchados também.
Alguns caminhoneiros aguardam seguir para Rio Branco (AC) há quase uma semana. A obra do porto improvisado precisa ser refeita todos os dias para dar condições de atracamento das balsas e a longa espera não poupa nem mesmo crianças de colo e idosos.
Jacy-Paraná
“Aqui só passa se pagar. É a regra, infelizmente”, diz o motorista de guincho Sandro Pimenta, enquanto faz manobra rápida por entre a margem da estrada inundada para chegar primeiro na fila de guincheiros.  “Vou te falar. Não tem essa de amizade nessa hora. É muito carro pra passar”, completa Genilson João, outro profissional da área.


Com a impossibilidade da travessia de carros de passeio, a equipe seguiu viagem na carroceria de uma carreta bitrem até o Abunã, onde caminhões carregados de alimentos e combustíveis ocupavam 8 mil metros de extensão nesta sexta-feira (7). A travessia em Jacy, na direção da Vila Jirau, tem caminhões que estariam cobrando pedágio.  “Paguei R$ 50, cara. Isso pode?”, questiona o vidraceiro Glauco Macedo. A PRF alerta sobre a irregularidade e o motorista responde: “se me dão gorjeta, eu aceito”.
Nesse trecho tem até tabela: R$ 60 para carros de passeio; R$ 25 para motocicletas e R$ 10 para bicicletas. O faturamento é alto e a atividade não é fiscalizada. Com frequência, pedestres pulam sobre os guinchos, numa carona forçada, já que o veículo não pode parar para não causar problemas mecânicos e atrasos. A pesca esportiva é um atrativo perigoso às margens da rodovia. No local, os pescadores capturam os alevinos com água acima do joelho. “Cobras e jacarés fazem companhia pra gente”, brinca, alheio ao perigo, o desabrigado Jonilson Braga, de 15 anos, um dos mais de 600 moradores da cidade retirados de suas casas e levados para abrigos públicos.
Encarregados de construtoras da Usina Jirau contrataram quase todas as lanchas e voadeiras da região para transportar funcionários até as hidrelétricas. Por pessoa, cobram-se até R$ 7 por viagem. “É o nosso ganha pão”, anima-se o barqueiro Joseandro Silvestre.
Sem taxi, sem ônibus
Nem todos atendem ao pedido da PRF para permanecerem em Jacy-Paraná, onde ainda há alguma infraestrutura (hotéis, pousadas, restaurantes e comércios não inundados). “A pressa e a necessidade nos obriga”, diz o empresário Romilson Dias, que fretou um táxi para Rio Branco após trazer de São Paulo uma academia móvel. O frete: R$ 1,1 mil. Na travessia, o taxista teve que desembolsar R$ 400 por guincho, nos 18 quilômetros onde a lâmina de água chega a 1,2 metros sobre o solo.  “Por avião é impossível. Só havia passagem disponível a partir do dia 12, com preços de 3 mil por cento mais caros”, disse o empresário após consultar duas empresas aéreas.
Nenhum outro taxista arriscou a aventura e o transporte remunerado de passageiros está interrompido, inclusive por ônibus, entre as duas capitais há quase 30 dias.
Caos na Vila Jirau
A Vila Jirau, 70 quilômetros além de Jacy-Paraná, é a primeira comunidade onde se encontra alimentos prontos.  Está na parte alta e não tem famílias atingidas pela cheia. Porém, o restaurante de dona Hermínia Sales está em baixa. “Ninguém aparece. Não está valendo a pena cozinhar”, afirmou. A comunidade não tem médicos, e no posto de saúde o estoque de medicamentos zerou.
“Uma doutora cubana veio para cá, passou mal e foi embora”, conta a moradora Joana Souza. Na última quarta-feira (6), diz a mulher, um homem com traumatismo craniano foi socorrido em carro particular até Jacy (40 quilômetros de viagem), e resgatado em ambulância que veio de Porto Velho. O paciente não resistiu e morreu no Pronto-Socorro João Paulo II.
Acidentes e insegurança
Nesta semana, duas carretas tombaram com carregamentos de arroz e verduras que seguiam para Rio Branco. O acidente ocorreu dentro do trecho onde o alagamento da rodovia alcança a maior profundidade. Há balizamentos e sinalização luminosa somente nas curvas. Placas improvisadas pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit) são arrastadas pela correnteza. “Viajamos na segunda marcha e sem deixar o motor parar. Se isso acontecer, adeus”, diz o caminhoneiro Francimar Gurgel.
Os motoristas não têm referência da pista e a travessia está proibida à noite. Bases do órgão federal foram montadas para comunicar por rádio a abertura e fechamento da BR, sempre às 7h e às 17h, respectivamente.  O tráfego simultâneo nos dois sentidos não está autorizado, mas o controle é falho.
Foi registrado em vídeo um caminhão baú que perdeu a referência da estrada, caiu na ribanceira e só deve ser removido quando a água baixar. O motorista abandonou a carga, enfrentou as águas a nado e não foi localizado.
Abunã desabastecido
A população de mil habitantes no Distrito de Abunã dobrou em 15 dias, diz o administrador Nélio França, um garimpeiro que cuida pessoalmente da remoção de pessoas e seus pertences. A cidade não tem assistentes sociais e apenas dois policiais militares fazem a segurança com viatura abastecida pela administração local.
Gás de cozinha, combustíveis e alimentos estão faltando na cidade, que concentra centenas de viajantes à espera da travessia em direção a Rio Branco (AC). “Pedimos à Defesa Civil um reforço nas cestas básicas e ao Dnit solicitamos banheiros químicos. Não temos estrutura para acomodar tanta gente”, diz o gestor da vila que tem 88 famílias desabrigadas pela cheia.
Não há agência ou terminal bancário em Abunã. Os servidores públicos são transportados numa chalana para receber seus salários em Porto Velho. Os caminhoneiros improvisam alimentos á margem da BR. “Hoje teremos pupunha cozida”, oferece o carreteiro Jaime Louzada, que vem de Santa Catarina. “A fila não anda. O que estará acontecendo lá na frente?”, questiona.
Balsas inoperantes, travessia incerta

Dados da PRF indicam que nesta sexta-feira (7) havia 8 mil metros de  veículos pesados estacionados à margem direita da BR-364. Os caminhoneiros aguardam a normalização da travessia sobre o Rio Abunã. O atracadouro alternativo e emergencial feito pelo Dnit não funciona como esperado.
A cada embarque, o solo afunda e fica desnivelado, impossibilitando a aproximação segura da balsa. “Estou aqui há quatro dias. A fila não anda”, reclama o caminhoneiro Joafran Mendonça.  Um temporal na noite de quinta (6) obrigou as máquinas a refazerem a obra (com a raspagem do barro que havia sido jogado no local e a inclusão de britas no acesso de apenas 60 metros).
A prioridade é dada a caminhões tanques que transportam combustíveis e carretas que levam alimentos para o Acre. As três balsas estão proibidas pela PRF de trabalhar no período noturno, devido à grande quantidade de galhos e troncos de árvores que desce o manancial. “É uma questão de segurança para motoristas e cargas”, afirmou o inspetor João Bosco Ribeiro.
“Durante o dia, perde-se mais tempo tentando arrumar o porto do que transportando os veículos”, afirma Gilvandrio Gallaco, que veio de Santa Catarina para entregar 7 mil quilos de argamassa na capital acreana. “Não volto mais aqui”, diz.
O proprietário das balsas, Nereu Ramud, confirma uma expectativa ainda mais negativa. “Devemos fazer a travessia de 150 caminhões em quatro dias, em condições normais”. O responsável pelo Dnit não quis comentar o atraso na obra. Quando uma balsa consegue ser carregada, a viagem de ida demora duas horas até Vista Alegre do Abunã, no lado oposto do rio.

como ser caminhoneiro

Entrevista com Natanael de Araujo Silva

Atualmente com 35 anos, sendo 15 deles vividos na estrada, Natanael é da cidade de Guarulhos, estado de São Paulo, e dirige um VW Constellation 24.320 ano 2009/2010 da empresa Amadeu Martins, firma especializada no transporte verdureiro e que conta com dois caminhões grandes e dois pequenos (VW Delivery). É uma empresa com veículos novos, todos revisados nas respectivas concessionárias.
Natanael não teve nenhuma influência familiar para iniciar na carreira de motorista, ingressou por conta própria motivado pelo gosto mesmo, pois desde criança acha a profissão bonita. Porém, considera hoje a profissão esquecida e se fosse decidir agora ser ou não um motorista, optaria pelo não. Iniciou seus trabalhos no Ceasa e depois de um tempo, adquiriu seu próprio caminhão e foi para a estrada, sem experiência alguma e com o passar do tempo foi aprendendo a lida estradeira. Sua principal rota é de São Paulo para cidades do nordeste brasileiro, como Recife, e na safra da batata, puxa essa carga nas regiões de plantio.
Dos anos que está na estrada, Natanael tem muitas histórias, mas destaca uma ocorrida em 2012, na região de Curvelo, em Minas Gerais, quando ia para o nordeste. Um colega de estrada bateu com uma carreta em um cavalo; Natanael desceu de seu caminhão para ajudá-lo e depois de desligar a carreta, foi procurar o motorista, suspeitando que ele tivesse saído do veículo, mas infelizmente ele foi encontrado debaixo da cabine. Uma história triste que ficou marcada em sua memória.
Sendo empregado, questionou-se a Natanael a vontade de ser autônomo. Segundo ele, todo motorista deseja ter seu próprio caminhão, mas particularmente, ele prefere ser empregado, pois a profissão se torna mais facilitada. Seus caminhões preferidos são os da Volkswagen, pois sempre trabalhou com ela e se identifica com a marca.
Perguntado sobre a vida na estrada, alimentação, descanso, higiene e conforto, a resposta foi que é difícil. Natanael explica que se você não for cliente de um posto, não se pode usufruir de um banho, por exemplo, tendo que pagar por tudo. Sobre a alimentação, ele diz que é complicada, pois cada dia é uma comida diferente, às vezes é ruim, então acaba sendo difícil por conta disso.
Casado, pai de dois filhos, Natanael passa de 15 a 20 dias em média fora de casa, e por conta da saudade que bate da família, prometeu a si mesmo parar de trabalhar com caminhão ou ficar apenas no estado de São Paulo para poder estar com a família frequentemente, já que o salário para viajar pelo Brasil ou só pelo estado é praticamente o mesmo.
Questionado sobre o uso de drogas ao volante, como o rebite, Natanael conta que costuma não usar e sempre que pode parar para descansar, o faz, mas quando é carga de horário é complicado não fazer o uso. Segundo ele, é melhor morrer aos poucos do que em uma pancada só. E reforça que só faz o uso do rebite em casos extremos, quando realmente não é possível parar para descansar. Apesar disso, segundo ele, hoje em dia a droga mais fácil de ser comprada nas estradas é a cocaína.
Quando mais se trabalha, mais bate o desânimo. Essa é a resposta de Natanael quando questionado sobre a amizade entre os colegas de estrada. Conforme conta, os motoristas são um pouco desunidos, sempre um querendo aparecer mais que o outro, com um caminhão melhor, ou pede uma passagem e o colega não dá… “se os motoristas fossem unidos a gente fazia muita coisa, porque a classe que poderia mudar um pouco o Brasil é o tal do motorista”, complementa.
Pedido para citar uma rodovia ruim, teve-se como reposta a BR 251 entre Montes Claros e Salinas, ambos municípios em Minas Gerais. Segundo ele, é perigosa e palco de acidentes diários. Em contrapartida, uma rodovia boa citada por Natanael, é a BR 374, ou Rodovia Castelo Branco. “É um tapete”, elogia.
Sobre a lei do descanso, para os verdureiros é complicado pôr em prática, pois a carga é perecível, comenta. Mas a questão do descanso deve ser avaliada individualmente pelo motorista, não pode se expor ao cansaço, cada um sabe seu limite, completa.
Considerando a profissão de motorista escassa, Natanael fala que sendo um bom motorista não fica sem emprego, mas sempre está sendo mais exigido na hora da admissão, como exames e provas, métodos de seleção que não havia anteriormente. Sua empresa atual não possui uma metodologia de palestras e cursos para os motoristas, até porque são apenas três motoristas contratados. Mas Natanael conta que em outra transportadora na qual trabalhou, sempre participou de palestras ligadas ao uso de drogas e outros assuntos relevantes à profissão.
Para finalizar, Natanael dá uma dica para os que estão ingressando na profissão, principalmente para os jovens, que hoje com os caminhões potentes disponíveis no mercado, o negócio não é só equipar veículos e acelerar, deve-se ir devagar, já que com a falta de motoristas, há grandes chances de ser um profissional sucedido.
Natanael foi entrevistado pelo Blog do Caminhoneiro em São Mateus do Sul, Paraná, enquanto finalizava o carregamento de batatas com destino a São Paulo.